Essa primeira impressão que nos fornece Isaac Soares de Souza
passa bem o clima afetuoso que impregna seu livro, obra de fã
incondicional que percorre a vida e a trajetória musical de
Zé Ramalho,
um dos mais celebrados e autênticos compositores
da MPB há décadas. Desde sua formação musical, ainda menino,
muita pedra rolou da ribanceira antes de chegar à gravação
do primeiro disco. Como afirma Isaac, Zé participaria de três
grupos de baile, tocando música dançante, sucessos nacionais e
internacionais, início quase oficial de grande parte dos que
escolhem a música como profissão de fé.
É o desenvolvimento da carreira artística de Zé Ramalho
em São Paulo e no Rio de Janeiro que Isaac retrata em
seu livro, que não resume apenas a obra do compositor
paraibano, mas mostra num amplo painel todas as influências que
ele absorvera de cantores como Alceu Valença, Amelinha, Raul
Seixas, Lula Cortes, Jorge Mautner, Bob Dylan entre outros
ícones da geração rebelde dos anos 1970. A passionalidade
da escrita de Isaac, ao invés de comprometer o retrato do
biografado, dá-lhe luz e poesia, numa espécie de depoimento
envolvente de quem se deixa penetrar com gosto pela obra do,
por ele denominado, Apolo do Sertão.
Henrique Mgalhães |
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