Por Rosualdo Rodrigues
Nestes
últimos dias o passado veio bater à porta. Ou melhor, se instalou
confortavelmente em um canto da estante de discos, em forma de CDs: um
monte de reedições de títulos antes somente encontrados em vinil --
pelo menos a maioria deles. É que boa parte dos acervos da Copacabana e
da Continental tem sido recuperada pela Microservice/EMI e pela Warner,
respectivamente; a Warner também lançou mais títulos pela série Dose
Dupla; saiu uma caixa com discos de Elis Regina dos anos 1970 e a
Livraria Cultura lançou a Coleção Cultura, que nada é mais que uma série
de relançamentos de pérolas, quase todas pouco conhecidas.
E meu
princípio é: qualquer coisa que eu não conheça pra mim é novidade. Não
importa que venha lá dos anos 50, como uns discos de Inezita Barroso, de
Ângela Maria ou Ciro Monteiro. Velharia? Que nada. Hoje em dia, há um
culto tão grande ao retrô que o novo parece velho e o velho parece novo.
Em alguns casos, é impressionante o que esses discos têm de moderno,
seja na sonoridade ou no trabalho gráfico das capas.
Então, se
você não é daqueles que torcem o nariz a o que “não é do seu tempo”, tem
mais é que ficar de olho, ou melhor, de ouvido ligado nessa onda
nostálgica. Como não dá para listar todos aqui, vamos àquela tradicional
lista de dez:
Som sangue e raça, de Dom Salvador e Abolição
Música instrumental com suingue e metais em brasa, num cruzamento de jazz e black music
Descendo o morro/ Descendo o morro 2 (duplo), de Roberto Silva
Um grande cantor de samba, com repertório de primeira e uma qualidade de som que parece ter sido gravado ontem
Elis anos 70, de Elis Regina
Difícil escolher um disco desta caixa. São 11 CDs (Tom & Elis, Falso brilhante e Transversal do tempo, entre outros) e uma coletânea dupla com faixas avulsas de diferentes fases da carreira da cantora
Célia 1/ Célia 2 (série Dose Dupla), de Célia
Os
dois primeiros discos de uma cantora subestimada durante muito tempo,
mas que ressurgiu recentemente, inclusive com bons discos atuais, como O lado oculto das canções
Ângela popular brasileira, de Ângela Maria
Organizada por Mauro Ferreira, essa coletânea dupla mostra uma cantora versáril. O amor é meu país, de Ivan Lins, e Universo do teu corpo, de Taiguara, são algumas das canções inesperadas no repertório
A peleja do diabo com o dono do céu, de Zé Ramalho
Incluí este na lista da semana passada e repito. Não à toa.
Copacabana, a praia da música brasileira, vários
Compilação
dupla com músicas de vários artistas da Copacabana, de Arrigo Barnabé a
Wando, de Luiz Gonzaga a Benito di Paula. Uma mistureba que dá um ótimo
efeito
Águia não come mosca,do Azymuth
Outro instrumental dos anos 70 que não perdeu a validade
Vela aberta, de Walter Franco
Traz alguns dos momentos mais pop de Walter Franco, como Vela aberta e Divindade
Live em Montreux, de Pepeu Gomes
Choro, baião, afoxé, rock. A guitarra de Pepeu segura todos e incendeia o palco no festival. Nem precisava soltar a voz em O mal é o que sai da boca do homem
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