Um poeta no acervo contemplando o mestre Zé Ramalho

"Foi uma mora conhecer o Acervo do bravo Aurílio Santos com a História do grande poeta Zé Ramalho".

Beto Morais 
17/07/2013
MENSAGEM DO TEMPO

Eu sou uma estrela no meio do vazio

Na imensa galáxia do universo
Neste mundo assim, tão adverso

Procurando encontrar meu corpo esguio

Passo  a passos, sem perder o brio,
Já não tenho em meu corpo a resistência.

Mas eu tenho na mente a consciência

Que o trem desta vida é passageiro
E na última estação se vê ligeiro

O desembarque da  nossa existência.

O que faço entre o céu e entre a terra?

Entre o esmo do tempo e a amplidão
Procurando encontrar explicação 

Se com a morte a vida se encerra
Na fortuna o homem se aferra
E eu queria somente ser feliz 
Poder interditar as coisas vis 
Outro mundo seria bem pintado

Mas eu vivo em conflito e assustado

Com as coisas que fazem os imbecis
            
Quem me dera sair dessa idade

Entre medos, sussurros e agitos
Para um mundo de paz sem vê aflitos

Entre aqueles que estão na eternidade
No meu ser já não tem mais sanidade

Que o espelho lograva na matéria
E perdeu-se através da bactéria

Carregando de mim a forma estética
A vaidade da mente tão patética
Que vivia a pulsar na minha artéria.


Cada célula, com o tempo se liquida
E a transformação já é notável
E o envelhecimento inevitável
Basta um sopro do tempo, apaga a vida
Esta vida de forma destorcida
Feita de alegria e sofrimento
Ao chegar o cruel falecimento
Você será apenas, corpo frio
Ou um germe entre a terra e o vazio 

E o inevitável esquecimento

É a vida um jornal alucinante

Suas páginas são multicoloridas
Nessas páginas se acham escondidas
As manchetes fiéis de cada instante
Se você é dá vida um retirante
Erga os pés na estrada e vá embora
Dê as costas ao mundo de outrora
Não engula o veneno da lisonja

Pegue o pano do bem faça uma esponja

Passe em cima do mal e jogue fora

Beto Morais, Poeta Cordelista

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