Jornalista carioca escreve biografia oficial do paraibano Zé Ramalho



Jornal da Paraíba


Vida/Geral Paraíba, terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Colaboradora da Rolling Stone, Christina Fuscaldo está em João Pessoa coletando dados para o livro

ANDRÉ CANANÉA

Depois de filme, Zé Ramalho, enfim, terá sua biografia escrita. Quem corre atrás de contar a história de um dos mais famosos músicos da Paraíba é a jornalista carioca Christina Fuscaldo, 30, que mostrou a Zé que, além de fã, é uma profunda conhecedora da obra do paraibano. “Venho cantando o Zé Ramalho para fazer a biografia dele há uns seis, sete anos, e no ano passado, ele sinalizou positivamente com a idéia. Me passou uns contatos e eu vim a João Pessoa começar a pesquisa para o livro”, conta Christina, que está na cidade desde quinta-feira. Fuscaldo conheceu Zé Ramalho quando era estagiária do Globo On Line. Escalada pelo jornalista Jamari França para entrevistar o músico com ele, a jovem Christina impressionou Zé com seu conhecimento sobre a obra do autor de “Avôhai”. “Quando viro fã de um artista, mergulho na história dele, na vida dele. Procuro saber tudo. Foi assim quando me apaixonei por Machado de Assis, e por Zé Ramalho”, comenta. De entrevista em entrevista, Christina, que já trabalhou no jornal Extra (RJ) e para a revista da MTV, é colaboradora da Rolling Stone Brasil desde seu primeiro número e mantém o blog Garota FM, sobre música, propunha a Zé uma biografia. “Ele sempre dizia: sua resposta um dia irá chegar”, lembra a carioca Christina Fuscaldo conta que esta será a primeira biografia a oficial do músico. “Zé já deu várias entrevistas para pessoas que se propuseram a escrever sua biografia a. Mas essas entrevistas acabaram se tornando outros tipos de livros, como o que faz uma relação entre a obra de Zé e ufologia”, pondera. Aos poucos, Zé foi levando a jornalista para seu universo. “Na época do disco Parceiros Viajantes (2007), ele me chamou para fazer um roteiro de entrevistas. Depois, me chamou para participar do projeto ‘Tá Tudo Mudando’ (2008). Sou eu quem está nos extras, participando de uma mesa-redonda com o Braulio Tavares e até na capa do CD/DVD, lá atrás, junto com o Báia (parceiro de Zé em várias faixas do disco)”, revela Christina. Zé Ramalho impôs como condição para que Christina Fuscaldo se tornasse a biógrafa oficial dele que ela amarrasse uma editora, primeiro. “E eu até consegui. Mas aí veio a crise e eles disseram que todos os projetos estavam suspensos até que a poeira baixasse”, informa. “O que me impressionou foi a ignorância das editoras em relação a Zé Ramalho. Eu cheguei a ouvir que ele só venderia dois livros, o que é um absurdo! No Rio, o Zé não é tão popular quanto Roberto Carlos, mas é uma fi gura cult que lota shows”, acrescenta. Mesmo com a autorização por escrito do músico – o que virou uma condição para que as editoras apostem em biografias de artistas vivos, sobretudo depois que a Planeta teve problemas com a biografia de Roberto Carlos -, mas sem editora, Christina decidiu dar início à biografia de Zé Ramalho por conta própria. “O Zé compreendeu e apoiou a iniciativa, junto com a mulher dele, a Roberta. Até me deu o contato da família dele aqui em João Pessoa e do Hugo Leão (velho parceiro de Zé)”, conta. Dessa maneira, ela diz que correu atrás de passagens e de apoio para ficar em João Pessoa (socorro que veio atrás do Hardman Praia Hotel). “Conversei com algumas pessoas durante o fim de semana, ouvi histórias que preciso apurar e uma lista de nomes que preciso entrevistar. Vou tentar fazer isto até esta terça-feira”, comenta, para arrematar: “Com a pesquisa que venho fazendo e estas entrevistas em João Pessoa, vou escrever um ou dois capítulos e enviar para as editoras. A idéia é escrever uma biografia romanceada sobre a carreira, mas também sobre a vida de Zé, um cara que tem uma história de vida fantástica”.







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