Os Beatles ganham interpretações brasileiras



Artistas brasileiros revisam o repertório dos Beatles

  Ramiro Zwetsch

Os Beatles sempre foram fonte de inspiração para vários segmentos da MPB. A jovem guarda, a tropicália e o clube da esquina construíram seu legado musical sob efeito da beatlemania.

Por isso, a idéia de reunir artistas brasileiros para revisar canções do repertório do quarteto é tão oportuna quanto óbvia – é até de se estranhar que ninguém tenha realizado algo parecido antes. João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso, e o baixista Vinícius Sá trataram de organizar um show no Rio de Janeiro em homenagem ao grupo, que acabou resultando nesse disco ao vivo.

Zélia Duncan, Samuel Rosa (do Skank), Roberto Frejat (do Barão Vermelho) e Fernanda Takai (do Pato Fu) foram alguns dos escolhidos para participar do projeto. A maioria das versões, no entanto, pouco acrescenta aos arranjos originais. Faltou ousadia na interpretação e a escolha das manjadas “Twist and Shout” e “All You Need Is Love” (com todos os artistas cantando juntos) não se justifica.

Com obra tão vasta, os Beatles podiam inspirar os brasileiros em garimpar canções menos óbvias e mais instigantes.

Quem fugiu à regra foram Zé Ramalho e João Bosco – os únicos a gravarem suas participações em estúdio. O primeiro interpreta “In My Life” com seu sotaque nordestino, violão de aço e acordeão, em uma releitura que surpreende. João Bosco não fica atrás com sua versão para “Because”, com voz e violão. Eles foram os únicos que se preocuparam em desconstruir os arranjos originais, acrescentando o tempero brasileiro.

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