Visitando o Acervo Zé Ramalho



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"Voltando a minha terra natal Brejo do Cruz" (Francisco Antonio)

"Esse trabalho é 10"!  (José Roberto)

O acervo registra a passagem com muita honra dos que admiram a obra musical do artista, e para somá-lo a lista, tivemos a visita do  conterrâneo  Francisco Antonio da Silva e de José Roberto de Vasconcelos , acompanhado de  amigos e parentes. Todos residem em Natal-RN

Acervo vende produtos para se manter.




Olá fãs de Zé Ramalho!

O Acervo Cultural Zé Ramalho disponibiliza venda de CD’S RARIDADES, “Mitos & Músicas” e “Geração Nordeste” livros, Cordéis, Filme, DVD e Camisetas, tudo autorizado pelo Zé Ramalho.

Toda a renda destes produtos vendidos serão destinados a preservação do Acervo Cultural Zé Ramalho, que o fotógrafo Aurílio Santos mantém na cidade de Brejo do Cruz, Paraíba onde nasceu o artista.

Entre em contato com Aurílio Santos e compre estes produtos!

acervozeramalho@gmail.com   /    Celular: 83 9624 7726

O filósofo de Avôhai

                                                                                                                            © 2013 Aurílio Santos


                                                                                                                             © 2013 Aurílio Santos


Manoel Monteiro

Talvez seja a impiedade do sol causticante que penetrando as vistas, sem pedir licença, ofusque a alma à ponto de deixá-la tonta e desvairada, ou quem sabe, seja o contraste do cacto que floresce, delicado, por entre a agressividade dos espinhos, ou ainda, o paradoxo do sapinho "hibernando" sob a derme da terra esturricada pelos verões intermináveis, ou tudo isso junto resulte na alquimia que forja homens estranhos e envolventes. A bigorna que moldou Antonio Conselheiro continua produzindo "peças" disformes e curiosas.

Agora mesmo um espécime desses habita as Terras de Avôhai e atende pelo nome de Severino Noé, É poeta, é profeta. É asceta. Na sua vida que não tem data de começo nem previsão de fim tem sido andarilho contumaz, filósofo loquaz, observador voraz. Faz amigos por onde passa estes, dão-lhe água, alimento e teto só para terem o prazer de ouvi-lo e a oportunidade de participarem de suas fantasias. Afinal, o que é fantasia e o que é realidade, qual é o formato da cerca que separa o concreto do abstrato? Severino Noé sabe. Sabe e diz.

Diz que veio ao mundo numa barra de sabão. É possível alguém vir ao mundo por esse meio? Certamente. Se o grande poeta e intelectual Augusto dos Anjos afirmou de pés juntos "ser uma sombra e ter vindo de outras eras" porque outro poeta não pode ter vindo camuflado numa barra de sabão. Pois bem, um dia desses o filósofo e poeta Severino Noé encontrou numa encruzilhada da vida o também filósofo e poeta Zé Ramalho e os dois, como era de se esperar, travaram farpas em versos e desse extraordinário embate resultou o presente cordel. Para testemunhar o entrevero poético lá estava de Câmara a postos, o hipersensível fotógrafo Aurílio Santos para que não venham dizer que não foi assim. E olha que Aurílio é a maior autoridade em Severino Noé, pois tem filmado e gravado "in loco" andanças e falares desse filósofo sertanejo.

A surreal peleja de Noé com Zé foi filmada e gravada por Aurílio, anotada e testemunhada pelo advogado e professor universitário Orione Dantas, transcrita pelo poeta Afonso Costa sendo que tudo foi oficialmente registrado por mim na presente nota

Texto apresentação do Cordel A Peleja de Severino Noé com Zé Ramalho na Terra de Avôhai.

Campina Grande-PB, Fevereiro de 2005

Joan Baez proibida de cantar


 
Zé Ramalho com a cantora americana Joan Baez, em 1980.  
 
Baez, ovacionada pelo público, foi proibida pela censura militar de se apresentar no Brasil - ao lado de Zé Ramalho. Zé Ramalho conta em uma entrevista à Rolling Stones: “Fui pessoalmente ao hotel onde ela (Joan Baez) estava hospedada. 

Muito simples, ela me recebeu em seu apartamento. Ensaiei eu e essa mulher, sozinho, com um violão, a música do Geraldo Vandré “Vou Caminhando”. Em português. Mas a censura não liberou. Veio um documento da Polícia Federal impedindo a apresentação dela nesse show: “Proibida de cantar”. Isso eu tenho guardado no meu arquivo. Ela estava aqui pra se encontrar com Lula, sindicalista. 

O Senador Eduardo Suplici, na época ainda vereador, foi quem a levou. Com Baez tive a sensação de estar muito próximo ao universo de Dylan. No meu arquivo também tenho guardado a gravação da gente cantando Vandré e “Imagine”, no quarto do hotel. Baez foi impedida de cantar, mas subiu ao palco e disse: “Não posso cantar…”. A platéia delirando. Ela , no entanto, entrou no palco sem avisar. Em “Admirável Gado Novo”, dançando e disse: “Não posso cantar. Estoy proibida!”. 

Depois que acabou o show filmamos essas duas canções no seu camarim. Depois enviei uma cópia do VHS pra ela. Já faz quase 30 anos. Se eu botar esse vídeo no Youtube pega fogo! Está guardado. Isso não morreu.

Fonte: http://zeramalho.tumblr.com/